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A Mão Hamsa


Conheça a fundo esse importante amuleto e aprenda a tirar o máximo de proveito!



Neste artigo, iremos dissertar sobre o que é a Mão Hamsa, seu significado nas diferentes culturas a que se encontra inserida e o simbolismo que carrega em diferentes religiões.

Desejamos antes expor o quanto esse tema despertou a nossa admiração e surpresa, pois ao pesquisar sobre esse assunto, verificamos que apesar de a literatura técnica a respeito ser muito pobre, com poucas obras e estudos acadêmicos disponíveis para análise, o uso deste amuleto é muito extenso, tanto geograficamente falando, quanto cultural.

Muitos povos utilizam a mão Hamsa visando em especial proteção contra o mal, especialmente o nosso velho conhecido, o “mau olhado”!

Isso nos fez pensar que, um “remédio”, cujas origens se perdem no tempo, que é popular entre povos tão distintos entre si, que é popular entre culturas às vezes radicalmente antagônicas, atravessou séculos sem conta e continua popular até os dias atuais!

Bem, com certeza é algo que não se deve ignorar!


O que é Mão Hamsa?

A mão Hamsa é um símbolo antigo que vem sendo utilizado há séculos em diversas culturas, tem sido usado como talismã e amuleto no judaísmo, islamismo e cristianismo.

Ela foi encontrada em sítios arqueológicos no Oriente Médio e Arábia, no Egito e em todo o norte da África, assim como em Espanha, Portugal, França e por todo o mediterrâneo, sendo notavelmente popular no Egito. Acredita-se que seja um poderoso símbolo de proteção contra o mal e atrativo de boa sorte, o qual ainda hoje é usado em muitas partes do mundo e em variadas formas de arte e simbolismo, por exemplo, é frequentemente visto adornando joias, roupas e até mesmo a decoração da casa.

Apesar de sua presença em diversos sítios arqueológicos de diferentes culturas e de disposição temporal bem diversificada, a mão Hamsa desperta pouco interesse na arqueologia e no estudo oficial da História da humanidade mas, de certa forma fascina alguns poucos arqueólogos e historiadores pelo fato de seu uso persistir com força até os tempos atuais.


Qual o significado do nome Hamsa?

Hamsa é derivado da palavra que expressa o número cinco em árabe e judeu.

É um número cabalístico para os judeus e sagrado para os mulçumanos. O número cinco tem grande importância em muitas culturas e sua importância remonta tempos imemoriáveis.



A origem da mão Hamsa

As descobertas arqueológicas apontam que a Hamsa seria no princípio um símbolo fenício, associado a Tanit, deusa-chefe de Cartago e que acreditava-se que sua mão, ou vulva, afastava o mal.

Tanit era considerada à época (cujo provavelmente perdurou do século IX a.C. até o século V a.C., mas essas datas são estimativas ainda não confirmadas) como sendo uma poderosa intercessora junto aos deuses maiores do panteão fenício, em especial, junto a Baal.

A denominação Hamsa, talvez em alguns casos não seja a mais apropriada para o símbolo que estudamos aqui.


Vejamos o porquê:

Uma mão com os dedos estendidos para cima é notoriamente uma representação de duas intenções diferentes, conforme o contexto em que se apresenta.

A primeira intenção é a de demonstrar estar desarmado, de se estar vindo em paz, sem intenções belicosas.

A segunda intenção é a de bloquear o avanço de quem venha em direção àquele que estende a mão espalmada, é um símbolo de bloqueio, de PARE!

Mas existe também a representação de Deus neste mesmo símbolo.

Independentemente de origens, a maioria dos casos em que este símbolo é utilizado como amuleto, esta segunda intenção, de bloqueio, é a predominante e dirigida a forças negativas, como mau olhado, espíritos maldosos ou qualquer outra coisa negativa que intente contra seu possuidor, ou seja, é um símbolo de proteção!

Mas existem contextos diferentes em que a mão estendida para cima é utilizada, especificamente nas culturas orientais, como a Hindu, a Chinesa e Japonesa, cujo estudo abordaremos em outro(s) artigo(s) deste blog.

É no contexto dessas culturas que Hamsa não é o nome a ser aplicado e, muita confusão tem-se criado por não atentar a esse uso universal de simbolismo através da imagem da mão estendida para cima com a palma para frente, ou outras variações de representação da mão.


Mais um pouco de história:

Existem algumas citações textuais de que por influência dos Fenícios a mão Hamsa foi adotada pelos Egípcios, os quais a conheciam como a mão de Hórus, entretanto não conseguimos encontrar nenhuma referência minimamente confiável que suporte esta afirmação, nos parece que se trata de simples conjecturas dos arqueólogos cuja comprovação ainda é esperada.

Mais tarde a cultura popular judaica incorporou esse símbolo de proteção, e que, em seguida, foi incorporada pela cultura popular árabe e mulçumana.

Usamos aqui o termo ‘cultura popular’, pois a maioria das culturas em que se tem notadamente o uso da mão Hamsa como amuleto, em suas tradições e ordenamentos religiosos, o uso de símbolos e amuletos é paradoxalmente vedado em seus textos sagrados, mais rigorosamente entre os mulçumanos, porém entre estes últimos apesar da contrariedade dos mais ortodoxos, há muitos e notadamente entre os Xiitas, que veem na mão Hamsa a representação “dos cinco” da capa (de quando Maomé reuniu sob sua capa quatro pessoas, entre elas sua filha Fátima e afirmou estarem sendo especialmente abençoados por Alah) e ainda hoje quando se suspeita de inveja ou mau olhado por parte de alguém, erguem estes a mão espalmada para frente com os dedos para cima e exclamam “os cinco em seus olhos”, invocando a santidade dos cinco da capa contra o mal nos olhos alheios.

Nas outras culturas religiosas, apesar de seus textos sagrados também advertirem e proibirem quanto ao uso de imagens e amuletos, as pessoas depositam sua fé também nos amuletos e como isto se dá associando o amuleto ao credo vigente, as autoridades eclesiásticas acabam por tolerar seu uso pelos fiéis, pois a representação de sua sacralidade se dá com força ao atribuir o símbolo em associação a personagens estimados pelos fiéis.


Hamsa Árabe
Hamsa Árabe

Hamsa Cristã
Hamsa Cristã

Hamsa Judaica
Hamsa Judaica

As muitas mãos Hamsa

Como estava dizendo, a associação de símbolos com personagens sagrados na estima dos fiéis, é algo que acontece com muita frequência.

Inclusive é notório que o ser humano tem uma tendência nata e quase irresistível de mesclar procedimentos religiosos de culturas diversas em uma única coisa, talvez na esperança de se obter uma maior efetividade, ou por oportunismo de alguns para obter vantagens financeiras sobre a credulidade dos que se fiam no que é bonito e atrativo, sem se darem ao trabalho de averiguar a verdade por detrás dos fatos.

Com a mão Hamsa esse fenômeno se repete no sentido de que outras denominações foram atribuídas à mão Hamsa que não são apropriadas, e isso ocorreu por conta dessa tendência de que o ser humano tem de romantizar, de tornar especial, aquilo que já tem seu valor implícito.

No caso da mão Hamsa, algumas denominações que lhe foram atribuídas, o foram por força de aculturação, ou seja, por um processo de incorporação de um elemento exterior à sua cultura local.

Em consequência disso, a mão Hamsa é conhecida também como “A Mão de Fátima”, denominação atribuída à cultura Mulçumana, também como “A Mão de Miriam”, denominação atribuída à cultura Judaica e “A Mão de Maria”, denominação atribuída à cultura Cristã.


Vamos compreender o que está certo e o que está errado?

“Mão de Fátima”!

Fátima foi a filha predileta de Maomé, fruto de seu primeiro casamento, e é muito venerada pelos mulçumanos, especialmente pelos Xiitas. Os mulçumanos crentes e praticantes do Islã, simplesmente recusam o epiteto de “Mão de Fátima”, para o artefato que conhecemos como Mão Hamsa, no Alcorão, o livro sagrado dos mulçumanos, não existe qualquer referência direta à pessoa de Fátima (o que não impediu que esta seja venerada em grau de importância semelhante ao que os Cristãos Católicos atribuem à Maria, mãe de Jesus) e menos ainda à mão Hamsa, apesar de ser popularmente utilizada pelos povos Árabes e outros ao redor do mundo.

Essa atribuição, “Mão de Fátima”, acredita-se ter sido criada pelos historiadores franceses, num erro de interpretação ou tradução.

Inclusive existe uma carta oficial do Islã asseverando que na cultura e história mulçumana jamais existiu um amuleto ou qualquer objeto semelhante denominado “Mão de Fátima” e nessa carta é solicitado que o erro deixe de ser propagado e ainda sempre que possível ser corrigido.

Portanto, a mão Hamsa não deve em hipótese alguma ser chamada de “Mão de Fátima” em respeito aos nossos irmãos mulçumanos e ao Islã.

Dentro do islã, os cinco dedos da Mão Hamsa representam os cinco pilares da religião: Shahada (testemunho de fé), oração, caridade obrigatória, jejum do Ramadã e peregrinação à Meca.


Continuemos com a “Mão de Miriam” e “Mão de Maria”.

Miriam foi a irmã de Moisés e Arão, os judeus utilizam a mão Hamsa que eles denominam em sua cultura como sendo a “Mão de Miriam” e que é aplicada para defesa contra energias malévolas, mau olhado e inveja e nela os cinco dedos são relacionados à Torá, o livro sagrado dos judeus.

Mas os judeus também a conhecem como a Mão de Deus, utilizando-a para atrair bençãos diversas além da proteção. Neste caso, a mão vem com uma inscrição em hebraico na palma e representa os 5 livros de Moisés, com cada dedo representando um livro: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. É a mão do Criador, a proteção final contra todo o mal e aparece em muitos manuscritos cabalísticos.

Já os cristãos a chamam de Mão de Maria, e a utilizam especialmente para afastar o mal das mães e de seus filhos, oferecendo também proteção para o lar, geralmente vem com uma imagem do Cristo, seja no calvário, seja representando alguma parte da escritura cristã, mas sempre com a representação de sua mãe e de Maria Madalena juntas a Ele.



Como tirar o máximo proveito?

Independentemente da origem da Mão Hamsa que você possuir, tenha em mente que por ser um artefato antigo, conhecido por gerações e gerações como um elemento de proteção e atração de bençãos, o que você deve fazer é colocar nele sua convicção de que se você estiver fazendo sua parte no que se refere a atrair boas energias e boas vibrações espirituais, a mão Hamsa acumulará a sua positividade, especialmente se diariamente você depositar nela as intenções de obter proteção (criar um escudo) e atração de bençãos (criar um ambiente luminoso), dedicando diariamente, mesmo que por breves segundos, essas intenções, o mais claramente declaradas que te for possível ou de uma forma que você se sinta absolutamente confortável, a Mão Hamsa fara a sua parte oferecendo as dádivas que você atribuir a ela.

Recomenda-se que seja colocada uma peça, preferencialmente com um olho, na porta de entrada, pelo lado de fora e pelo menos uma peça no lado de dentro de sua casa, o mais visível que for possível a quem entre pela porta de entrada.

Se tiver mais que uma entrada na casa, é recomendado que haja uma Mão Hamsa em cada porta, sempre voltada para fora.


Concluindo:

Há ainda muito o que falar, entretanto aqui você encontrou as principais informações a respeito da Mão Hamsa, suas origens e sua aplicação.

Esperamos ter conseguido esclarecer sobre esse assunto tão fascinante e agradecemos sua atenção!

Sinta-se à vontade para nos contatar a respeito.

Muito obrigado!




Fontes:

1 - Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em História, de Luís Filipe Maçarico em 28/03/2012

Mestrado “Portugal Islâmico e o Mediterrâneo”

Universidade do Algarve - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais - Portugal

2 – Menorah.com.br

3 – Wikipedia em: - Português europeu

- Espanhol

- Francês

- Turco

- Árabe

4 - A Mão Hamsa no Folclore Judaico e Islâmico" por Aaron Koller, Journal of American Folklore, vol. 126, nº. 501 (2013), pgs. 44 a 79.



O autor:

Laszlo Josef Matrai

Nascido em Ribeirão Pires, São Paulo, no ano de 1961, estudioso autodidata de esoterismo, religiões e espiritualidade por mais de 50 anos.

Médium, frequentou por mais de 40 anos o Espiritismo, foi Pai de Santo na Umbanda e autor psicográfico de dois livros e artigos diversos.

Avesso às redes sociais virtuais, possui perfis no Facebook e no Instagram, mas raramente se dedica a interagir através destes meios.

Atualmente, curtindo a vida no litoral norte paulista.


P.S.: Sou chato mesmo!

Gratidão = sentimento;

Obrigado = expressão verbal do sentimento de gratidão!

Muito Obrigado! = expressão verbal veemente de gratidão!

Fica a dica! ;)




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